quarta-feira, 28 de agosto de 2013

COLAPSO PROGRESSIVO (28/08/2013)

COLAPSO PROGRESSIVO

Com o desabamento de mais uma edificação, como ocorrido no dia 28/08/2013, mais uma vez a engenharia estrutural volta às manchetes dos jornais de forma negativa. Com muita inteligência, o Prof.Laranjeiras, grande nome do Cálculo Estrutural na Bahia, explana o tema. Ele escreveu à Comunidade dos Calculistas TQS:

 "Colegas,
Após o desabamento do Shopping Rio Poty (Teresina, ) no mês passado (11/07/2013),
com características de colapso progressivo – ver primeira foto – sobreveio ontem o  desabamento de outra edificação (S. Paulo, SP), desta vez com oito vítimas fatais, também com as características de colapso progressivo – ver segunda foto.

Colapso progressivo do Shopping Rio Poty, Teresina (11/07/2013)

Colapso progressivo SP (27/08/2013)


 O colapso progressivo é definido como sendo a propagação de um dano localizado de elemento a elemento estrutural, resultando, eventualmente, no colapso de toda uma estrutura ou, desproporcionalmente, de grande parte dela.

 O desmoronamento de toda uma ala do Shopping Rio Poty e o desmoronamento de toda a edificação em São Paulo não ocorreram pela explosão de bomba, nem choque de avião ou  um terremoto, que, pelos seus efeitos devastadores, tenham levado toda a estrutura abaixo de uma só vez, sem propagação de dano. Os desmoronamentos como esses que ocorrem  durante a construção têm um histórico que se inicia em uma ruptura localizada e que se propaga desproporcionalmente, quando a estrutura não oferece resistência a colapsos desse tipo, ditos progressivos.

Uma propagação de dano é dita desproporcional (Norma inglesa BS 5950-1:2000) quando essa propagação atinge, horizontalmente, mais de 15% da área total do piso (ou forro) ou  mais de 100 m², o que for menor, como é o caso dos dois desmoronamentos acima.

 Se as nossas Normas de projeto contivessem exigências práticas com vistas a garantir resistência a rupturas desproporcionais como essas, teríamos mais chances de evitar as perdas de vidas humanas e de reduzir o prejuízo que ocorreram nos desabamentos acima citados.

É oportuno, pois, arguir: Por que, em face a essa frequência com que ocorrem entre nós esses colapsos desproporcionais com vítimas fatais, não assume a Nossa Norma NBR 6118,  ainda em discussão, o compromisso e a tarefa de introduzir exigências preventivas contra o colapso progressivo?

Abraços,
Antonio C.R. Laranjeiras
Salvador, BA
28/08/2013"
 

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